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Mensagem de blogue por Coordenação Pedagógica SCORING

O caminho para um futuro mais sustentável


O caminho para um futuro mais sustentável 


Os conceitos associados à sustentabilidade ocupam hoje um espaço importante nas pautas corporativas da sociedade, sendo fatores fundamentais para as empresas que pretendem ser competitivas no mercado.


Acrónimos como ESG (environment, social and governance) e ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável) estão associados à temática sustentabilidade. Temos, no entanto, assistido a uma confusão entre estes dois conceitos que muitas vezes têm sido vistos como sinónimos, devido à sua ligação e complementaridade. 



AFINAL, O QUE É ESG?

A origem do termo ESG surgiu de uma provocação do então secretário-geral da ONU Kofi Annan a 50 CEOs de grandes instituições financeiras, convidando-os para uma iniciativa conjunta, no intuito de integrar os fatores ESG ao mercado de capitais. 

ESG, em inglês “environment, social and governance” (ou ASG, em português “ambiental, social e governança”), refere-se às condutas ambientais, sociais e de governança de um fundo, de uma empresa

Este termo tem ganhado grande visibilidade, devido a uma preocupação crescente do mercado financeiro sobre a sustentabilidade. As questões ambientais, sociais e de governança passaram a ser consideradas essenciais nas análises de riscos e nas decisões de investimentos, colocando forte pressão sobre o setor empresarial. 

Segundo um relatório da PwC (The power to shape the future, 2020), os ativos ESG representarão entre 41% e 57% do total de ativos de fundos mútuos até 2025. Além disso, mais de 75% dos investidores institucionais europeus consultados planeiam parar de comprar produtos “não ESG” europeus até 2022. 


“ESG não é uma evolução da sustentabilidade empresarial, mas sim a própria sustentabilidade empresarial.”

(Carlo Pereira, diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global)


O conceito ESG assenta em 3 pilares fundamentais:

  • Ambiental (Environmental): são práticas de combate às ameaças ambientais exercidas pelas organizações, considerando, inclusive, os impactos que podem ser gerados a longo prazo. As iniciativas devem ser pensadas não apenas para obedecer a leis e regulamentações, mas ir além e ter a sustentabilidade totalmente integrada à cultura da organização. Isso cabe não só a produtos, mas também a processos. 

Tem como principais fatores: uso consciente de recursos naturais; adoção da eficiência energética; redução das emissões de gases de efeito estufa (CO2, gás metano) e poluição; gestão adequada de resíduos e efluentes; praticar a Logística Reversa; e evitar a desflorestação.

  • Social (Social): é a responsabilidade social empregada pela organização, ao qual se relaciona com seus parceiros, clientes, colaboradores, acionistas. A organização não se deve limitar apenas às questões de trabalho e políticas internas, mas construir uma cadeia onde todos os envolvidos sejam beneficiados, até mesmo a comunidade onde está inserida. 

Como fatores, destacam-se: adotar políticas e relações de trabalho dentro da organização; dizer “não” ao trabalho escravo e trabalho infantil; respeito pelos direitos humanos; apoio a programas de inclusão e diversidade; pagamento justo a fornecedores; relacionamento com a comunidade local; capacitação e cuidado à saúde aos colaboradores; e privacidade e proteção de dados (RGPD).

  • Governança (Governance): são as estratégias corporativas das organizações e a sua orientação administrativa. Integra esse tópico, por exemplo, medidas anticorrupção, estrutura organizacional, canais de denúncia, compliance, entre outros temas. Este pilar é a base que garante o cumprimento a longo prazo das práticas de ESG, abarcando transparência, ética e responsabilidade perante aos riscos. 

Os principais fatores são: a ética e transparência da organização; adoção de política anticorrupção e política de remuneração da alta administração; diversidade na composição do conselho; qualidade das equipas de auditoria; responsabilidade fiscal; independência do conselho administrativo; e estrutura empresarial. 



E O QUE SÃO ODS?

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) são 17 compromissos firmados por 193 países em setembro de 2015 durante o encontro da Cúpula de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Compõem uma agenda global que guia as ações dos governos, sociedade civil e organizações para a construção de políticas públicas com o intuito de mitigar impactos negativos até 2030.

“Os ODS e suas metas estimulam e apoiam ações em áreas essenciais para a sociedade. Eles devem ser inseridos nas políticas e processos das organizações.”



(Fonte: https://unric.org/pt/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/)



QUAL A RELAÇÃO DE ESG COM OS ODS? 

O conceito de ESG está focado na conduta Ambiental, Social e de Governança de um fundo, empresa ou organização. Os ODS vão para além dos limites organizacionais – são um compromisso global para o futuro. 


Os ODS ajudam as organizações a identificarem quais as principais vulnerabilidades da sociedade, e desta forma a encaminharem os seus esforços e encontrarem oportunidades para promover o impacto social através da aplicação de critérios e ações de ESG. Ao adotar boas práticas e métricas ESG as organizações estão mais aptas para contribuírem com os ODS. No entanto ter boas práticas de ESG não significa que automaticamente a organização contribua para atingir os ODS.


Enquanto “ESG indicam solidez, custos mais baixos, melhor reputação e maior resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidade”, os “ODS reúnem as grandes dores, desafios e vulnerabilidades da sociedade”.


A complexidade, falta de transparência nas metodologias e na obtenção de dados ESG consistentes e padronizados são ainda fatores de fragilidade, criando assim obstáculos nas adaptações necessárias para estar em conformidade com referidas exigências.



COMO APLICAR OS ODS ÀS ORGANIZAÇÕES?

Para as organizações, os ODS representam uma oportunidade-chave para a consolidação do seu valor agregado, mostrando que as suas atividades são capazes de impactar positivamente o mundo, minimizando consequências negativas e trazendo outras, positivas, à escala local ou global. Cabe, assim, a estas enquanto agentes fundamentais de mudança, conectar suas estratégias comerciais com as prioridades elencadas nos ODS, utilizando-os como ferramenta para planear, executar e comunicar as suas estratégias e atividades.


Siga estas 4 etapas para aplicar os ODS à sua organização:

1.Realização de uma avaliação das consequências das atividades da organização em cada um dos ODS: é muito importante que as organizações saibam fazer uma avaliação realista sobre os 17 ODS. São muitas frentes de atuação propostas, e, naturalmente, é de esperar que nem todas elas sejam igualmente relevantes para a atividade.

2.Criação do plano de ação com base no estabelecimento de metas: as metas devem estar apoiadas por mecanismos de medição, por um prazo bem definido e por um objetivo específico.

3.Incorporação dos valores à rotina: implementação de um programa de princípios responsáveis, envolvendo as lideranças e colaboradores.

4.Comunicação das ações e iniciativas desenvolvidas: a divulgação das iniciativas fortalece o posicionamento da organização e estimula a adesão de novos participantes ao movimento.


E agora, quer começar a implementar ESG e ODS de forma prática na rotina da sua organização?





   Sofia Almeida

  (Espec. em Gestão Ambiental)


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